"A sujeira pelo canto da janela até deixava poética sua preguiça, olhava aquilo pensando: que vergonha, um dia limparei isso. "Um ...

Necessariamente

16:40:00 Blog da PP do Moura Lacerda 1 Comentários

"A sujeira pelo canto da janela até deixava poética sua preguiça, olhava aquilo pensando: que vergonha, um dia limparei isso. "Um dia" e não precisa ser hoje. Era uma sexta, clássica sexta feira. Pensou em levantar, mas hesitou assim que virou de lado, experimentando alongar as pernas. Quando a coragem se reuniu, levantou. E pouco tempo depois andava pelas ruas do centro. Lugar comum, as pessoas fugindo da chuva; os vendedores olham inconformados, sentem uma leve queda no movimento desta manhã. (quando chove é sempre assim.)
O relógio deu muitas voltas até chegar ao fim do dia, mas se poucas coisas são certeiras nessa vida, o pódio pertence ao tempo, que chega igual p todos, seja isso bom ou não, a hora chega. Dada a hora certa, e missão cumprida ela foi embora do trabalho. Chegou a pensar que havia perdido as chaves, na frente de casa, oras, seria maravilhoso isso agora! Mas não se precipite, estão no bolso maior, procure antes de praguejar. Entrou depressa pois ainda chovia. Pit-stop na cozinha, escolheu o lanche rápido pós jornada com umas gotas de shoyo, que fez sem demora. Pensou num ambiente perfeito e lembrou que ele existia perto dali. Era um quarto pronto para seu descanso. Trocou de roupa já procurando o chinelo, tirou a meia, e não pôs os pés no chão. Apoiada quase deitada, abriu a sapateira do armário, e debruçou-se para olhar embaixo da cama, o foi encontrar no banheiro, a alguns metros apenas. Voltou para o quarto, parou na porta.
Dando uma panorâmica, se encorajou por falar em voz alta: amanhã eu limpo isso, não importa o que aconteça.Vou ficar em casa e vai ser difícil encarar o canto imundo de novo."


Por Renata Batista

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