A crise hídrica, um dos temas mais debatidos dos últimos anos, veio também a ser o tema de mais um encontro entre o Direito e a Comun...

4º Encontro: Os Direitos do Consumidor e a Publicidade

17:00:00 Blog da PP do Moura Lacerda 0 Comentários

A crise hídrica, um dos temas mais debatidos dos últimos anos, veio também a ser o tema de mais um encontro entre o Direito e a Comunicação, particularmente, a Publicidade.

Na noite do dia 12 de março, o Centro Universitário recebeu acadêmicos, publicitários e representantes da administração da água de Ribeirão Preto.

O tema interdisciplinar gerou polêmica em uma mesa redonda composta por: Marisa Heredia, coordenadora da Agenda Ambiental do Moura Lacerda, da advogada especialista em direito civil e penal e mestre em direitos coletivos pela Universidade de Coimbra, Portugal, Letícia Martins de Oliveira, do publicitário e redator de mídias digitais da Alta Communicazione, João Flávio de Almeida e do jornalista Josué Suzuki, diretor editorial do jornal A Cidade.


Depois de muitas considerações e esclarecimentos sobre o problema, todos os presentes se envolveram em um debate árduo sobre os direitos e os deveres impostos a cada sujeito, como cidadão, e sobre sua consciência perante um problema que pode se agravar com o passar dos anos.

O tema “sustentabilidade” foi um dos mais abordados, onde João Flávio de Almeida, o representante publicitário da mesa, também alertou ao público sobre a preocupação do próprio publicitário em relação ao meio ambiente.

A correlação da publicidade com o consumismo exacerbado não é uma novidade, mas, afinal de contas, quais seriam as medidas cabíveis aos publicitários em relação à conscientização e a preservação do meio ambiente? Como um “produtor de dizeres”, nas palavras do próprio João Flávio, poderia exercer sua profissão e satisfazer seus clientes de uma forma mais consciente?


O curso de publicidade e propaganda do Moura Lacerda já possui um embasamento critico para assuntos polêmicos como este. A disciplina de Ética e Legislação em Comunicação, ministrada pelo Professor Doutor Frederico Firmiano nos proporciona momentos de reflexão que podem e devem ser compartilhados.

A discussão se estendeu em sala de aula e o assunto dividiu opiniões e gerou um burburinho de ideias daqueles que pretendem se formar nesta área e que necessitam estar cientes de seus deveres em relação ao meio ambiente, para que assim possam exercer suas habilidades profissionais de forma mais consciente.


“É contraditório fazermos campanhas de economia, sendo que, as verdadeiras pessoas que fazem com que essa crise aconteça são as mesmas que financiam nosso trabalho,” comenta Juliana Paes, aluna do terceiro período.

“As abordagens televisivas que visam promover a economia de água, apenas submetem os gastos domésticos […] Uma repleta distorção da realidade,” completa André Maria, também aluno do terceiro período.

O tema também gerou uma certa parcela de injúria concentrada no mercado, que por acaso, é o mesmo para qual todos os publicitários servem. É dele que provavelmente vêm tamanho desperdício e contaminação de quantidades exorbitantes de água e, sendo assim, não caberia aos capitais que monopolizam o mercado mudar a drástica situação atual.


“O fato de vivermos em uma sociedade regida principalmente pelo capital, faz com que a publicidade, que é a grande engrenagem desse sistema, tome sua responsabilidade diante do problema, no entanto, como fazer isso sem atingir diretamente o mercado que efetivamente paga suas contas?,” questionou Washington Ricardo, aluno do terceiro período.

Segundo ele, tomar uma atitude crítica é extremamente delicado e requer uma discussão entre toda a sociedade, agregando pontos de vista jurídicos, técnicos e por fim, publicitário.

Um assunto delicado e um tanto quanto inevitável que talvez necessite de uma maior organização comunitária, que não procure envolver apenas publicitários, acadêmicos ou representantes governamentais, mas sim a todos os cidadãos que aos poucos perdem aquilo de que sempre deveriam ter direito.

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